Portugal assumiu, no âmbito do Acordo de Paris, o compromisso de atingir a neutralidade carbónica até 2050 – ou seja, garantir que as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) sejam equilibradas pelas remoções (como as captadas pelas florestas). Este compromisso foi formalizado no Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050), aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 107/2019, de 1 de julho.
Mas o que significa, na prática, este objetivo para as empresas? E como podem alinhar-se com esta meta nacional? Explicamos de forma simples e orientada para a ação.
O que é a Neutralidade Carbónica?
A neutralidade carbónica implica que o balanço líquido de emissões de GEE seja igual a zero. Isso não significa que deixarão de existir emissões, mas sim que todas as emissões residuais serão compensadas por mecanismos naturais ou tecnológicos de remoção de carbono.
O RNC2050 estabelece que até 2050:
- As emissões nacionais devem ser reduzidas entre 85% e 90% face aos níveis de 2005;
- O remanescente será compensado por sumidouros de carbono, como as florestas e os solos;
- Todos os setores – energia, transportes, indústria, agricultura, edifícios e resíduos – devem contribuir com medidas concretas.

Qual o papel das empresas na neutralidade carbónica?
O setor empresarial tem um papel-chave nesta transição. O RNC2050 identifica que a mudança para uma economia de baixo carbono exige:
- Eficiência e inovação em processos e tecnologias;
- Substituição progressiva dos combustíveis fósseis por fontes renováveis;
- Adoção de modelos de economia circular e maior eficiência na utilização de recursos;
- Participação ativa no esforço coletivo para descarbonizar a economia.
Para além disso, as empresas serão cada vez mais chamadas a demonstrar o seu desempenho ambiental, quer por via de exigências legais, quer pela pressão dos consumidores, financiadores e cadeias de valor internacionais.
Como alinhar a sua empresa com os objetivos do RNC2050?
A neutralidade carbónica começa com conhecimento e planeamento estratégico. Eis os passos essenciais para as empresas:
1. Medir a pegada de carbono
O primeiro passo é calcular as emissões de GEE da empresa (pegada de carbono), considerando:
- Emissões diretas (veículos, combustão, processos industriais);
- Emissões indiretas (consumo de eletricidade);
- Outras emissões da cadeia de valor (fornecedores, deslocações, resíduos).
A SINAMBI pode apoiar este diagnóstico com base no GHG Protocol e metodologias reconhecidas pela APA.
2. Definir metas de redução e plano de ação
Com base no diagnóstico, devem ser definidas metas realistas de redução e um plano de ação faseado, que inclua:
- Investimentos em eficiência energética;
- Transição para energias renováveis;
- Otimização de processos logísticos e produtivos;
- Promoção da mobilidade sustentável;
- Adoção de critérios ambientais na cadeia de fornecimento.
3. Compensar as emissões inevitáveis
Sempre que não seja possível eliminar totalmente as emissões, é possível compensá-las através de projetos certificados, como:
- Reflorestação e gestão florestal sustentável;
- Apoio a projetos de energia limpa ou de captura de carbono.
A compensação deve ser transparente, mensurável e adicional, alinhando-se com boas práticas internacionais.
4. Comunicar com transparência e envolver colaboradores
A comunicação e o envolvimento são decisivos. Empresas que comunicam as suas ações ambientais com clareza e rigor ganham vantagem competitiva e reputacional. Envolver os colaboradores na transição energética e na adoção de práticas sustentáveis é também essencial para garantir o sucesso das medidas.

Preparado para o futuro?
Alinhar a sua empresa com os objetivos da neutralidade carbónica não é apenas uma exigência legal – é uma oportunidade de inovação, liderança e diferenciação. As organizações que agirem desde já estarão mais bem posicionadas num mercado cada vez mais atento ao desempenho climático.
Na SINAMBI, apoiamos empresas de todos os setores a integrar os princípios do RNC2050 nas suas operações. Desde o cálculo da pegada de carbono, à definição de estratégias de redução e compensação, somos parceiros de confiança para acelerar a transição para uma economia mais limpa e resiliente.
Quer saber por onde começar? Fale connosco.
Fontes: APA