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Vale do Tua aposta nos morcegos para combater pragas agrícolas

Em fevereiro de 2017, começaram por ser colocadas no Parque Natural Regional do Vale do Tua, em Trás‑os-Montes, caixas-abrigo para morcegos (quirópteros). Estes abrigos artificiais para morcegos apresentam espaços interiores com as caraterísticas que se assemelham a um abrigo natural, podendo colocar-se em árvores, postes ou edifícios. As caixas têm um tempo de vida de cerca de 30 anos e, embora pequenas, os promotores garantem que conseguem albergar entre 10 a 15 animais.

Parte da dieta destes mamíferos voadores é constituída por insetos responsáveis por causar estragos nas culturas agrícolas, onde, naturalmente, não há muitos abrigos. Por este motivo, depois de se alimentarem, estes pequenos mamíferos costumam partir para outros locais.

Assim, a colocação das caixas-abrigo, têm como objetivo criar condições para a presença dos morcegos em terrenos agrícolas e florestais, de maior relevância na área do parque, concretamente, nas vinhas, nos olivais e nas florestas de sobreiro. Tendo em conta que estes mamíferos predadores se alimentam de grandes quantidades de insetos, podem assim ajudar no combate a possíveis pragas, permitindo baixar o uso em inseticidas e outros pesticidas. Além disso, os morcegos não fazem qualquer estrago nas culturas.

Na monitorização realizada em julho de 2017 observaram-se que das 100 caixas instaladas, 36 encontravam-se ocupadas, e 22 caixas apresentavam indícios de uso frequente (presença de guano), constatando-se assim uma taxa de ocupação de 58%, quando o que seria previsível era 10%.

Para além da componente prática, o projeto incidi também sobre a componente científica, pelo que em setembro de 2017, deu-se início à realização das primeiras análises laboratoriais para avaliar, entre outras coisas, quais as espécies de morcegos que apresentam melhores resultados no combate às pragas.

A coordenação do projeto é feita pelo Parque Natural Regional do Vale do Tua com a colaboração de um biólogo a tempo inteiro e o apoio especializado do Centro de Investigação em Biodiversidade da Universidade do Porto.

As pragas agrícolas são uma ameaça frequente, que podem dizimar produções com consequente quebra de rendimento, assim espera-se que este projeto se possa disseminar ao nível regional e nacional.

Fonte: Parque Natural Regional do Vale do Tua, LUSA

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